Esperança
- Martha Sampaio
- 18 de jun. de 2020
- 2 min de leitura

“O que queremos ser? O que queremos fazer?” - provocou o empresário que, além do êxito profissional, ganhou notoriedade por emprestar boa parcela de sua energia para abrir os acessos (im)possíveis ao desenvolvimento acadêmico e profissional de jovens com restrições sociais e econômicas.
Pergunta de resposta complexa. Um incômodo, talvez, para a grande maioria.
E completou: “Que a crise gere pragmatismo e bom senso no sentido de minimizar a desigualdade social que é um abismo colossal. Que seja a oportunidade de trabalharmos juntos, de melhorarmos a educação, de termos mais solidariedade.”
Nunca antes - pelo menos que eu lembre - tantos de nós (pessoas e empresas) tomamos conhecimento e/ou participamos de inúmeras iniciativas destinadas ao bem-estar de um coletivo anônimo. Pegamos nas panelas e pegamos nos bolsos para minimizar fomes. Isso ficará somente como mais um efeito colateral da pandemia? Muitos acreditam que sim. Tomara que não. Muitos acreditam na intenção oculta - a que incorpora valor à imagem de indivíduos e empresas. Tem disso, claro que tem. Mas tem mais.
Solidariedade inspira e também educa.
A turma abre caminho pelas redes sociais e, em poucos cliques, os que têm algo - meios, tempo, mesa farta e vontade - se unem em torno de um objetivo. E a coisa anda. A motivação cresce. O feijão encorpa. E a cotação da solidariedade dispara. Alguns estão apenas chegando. É bonito de ver. Quando jovens tocam na realidade com todos os seus sentidos, algo nasce ali.
Confrontados com a distância social que mata mais que pandemia, podem se desassossegar. A solidariedade pode mudar de uma perspectiva contingencial e assistencial para uma outra, estrutural, planejada, com propósito, com ação e resultado. Daí, para a corrente sanguínea da sociedade, pode ser um pulo.
À luz de algumas iniciativas atuais e efetivas, e de muita informação, tudo pode.
Eles são ligados, já compreendem urgência na transformação. E falam em uníssono - é um novo pensamento encadeado e boom! Se é mais um exagero dos meus? Tomara que não.
O que queremos ser? O que queremos fazer? Tenho esperança na resposta dessa turma que vem vindo aí.
Até.
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